domingo, 20 de janeiro de 2013
arma falha e político escapa de tentativa de assassinato
postado por L F Baraun às 21:25 0 comentários
domingo, 6 de novembro de 2011
os brinquedos perigosos das crianças de antigamente...
postado por L F Baraun às 00:11 0 comentários
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Mãe Chinesa ou Mãe Judia?
Diante do espetacular desempenho da cidade de Xangai no Pisa, escrevi sobre as mães chinesas. Citei a sino-americana Amy Chua, para quem o método consiste na disciplina rígida, imposta por meio da vara de marmelo e do foco obsessivo nos assuntos da escola. Isso tudo sob o manto de uma tradição confucionista que dá autoridade aos pais e valoriza a educação. Como me escreveu uma leitora sino-brasileira, eis "a regra que chineses têm adotado desde sempre: exigir o máximo de si e dos filhos. E dormir tranquilos, certos de haver feito o melhor". Larry Wolif, judeu americano, comentou uma versão preliminar: "Comparados aos chineses, os alunos judeus são igualmente bons no SAT (uma prova equivalente ao nosso Enem) e muito melhores em criatividade. As famílias judias são muito centradas nas crianças - fazem delas o centro de afeto e atenção (por exemplo, gastos elevados em bar mitzvah, festas, acampamentos, viagens etc.). Além disso, tal como os chineses, têm expectativas muito elevadas em relação aos filhos. Contudo, expressam tais pressões de forma mais sutil e afetiva, reconhecendo que há outras aptidões que vão além das acadêmicas" No embalo do sucesso de Chua, o jornal The Jewish Week dedica um longo artigo comentando vários livros sobre mães judias. No estilo judeu, em vez da vara de marmelo, há um toque de chantagem emocional: "Meu filhinho adorado, sua mãe vai ficar muito infeliz se você não for o primeiro" Para elas, funciona melhor um método gentil, sem ameaças nem violências. É mais sub-reptício, usando culpa ou despejando afeto nas crianças. Para que ameaças? As mães chinesas insistem mais em obediência, as judias encorajam a argumentação, seguindo a tradição judaica de discutir tudo. Em sociedades modernas e confusas, a dialética da discussão é preciosa. Há também a veneração pelos livros, sempre comprados, mostrados e lidos pelos próprios pais. Seja qual for a explicação, a fórmula vem dando certo. A população judaica mal chega a 14 milhões. É mais ou menos como a cidade de São Paulo. Soma 0,2% da população mundial. Não obstante, 128 Prêmios Nobel foram para judeus, correspondendo a aproximadamente 20% de todos os premiados. O problema com nossas famílias é que não usamos nem um nem o outro método. Será por isso que o esforço é tão pouco e os resultados tão parcos? A força do afeto no método judeu parece mais próxima da nossa tradição cultural. Aliás, se os palestinos estão aprendendo com os seus vizinhos israelenses a valorizar mais a educação, por que não podemos fazer o mesmo? Durante uma viagem à China, um leitor sino-brasileiro foi convidado a falar em uma escola. "Tanto professores quanto alunos ficaram chocados com a enorme diferença de horas dedicadas a aulas e atividades curriculares. E com o contraste na dedicação e participação dos pais na vida estudantil." Não obstante, meu ensaio anterior causou indignação em alguns pais brasileiros. Imagino que, para eles, o esforço de desligar a televisão para que os filhos estudem seja descomunal ou, pior, sem sentido. (Claudio de Moura Castro, revista "Veja")
Como hoje as teorias genéticas de superioridade ou inferioridade estão desacreditadas, é preciso buscar outras causas. O conjunto de características associadas a valores, cultura, disciplina e hábitos mentais é o candidato mais forte. Tudo indica que a obsessão judia pela escola tenha um papel enorme. Mas, claramente, empurrar os filhos para os livros não basta. A pobreza cultural puxa para trás. Os próprios judeus que viviam no mundo árabe e migraram para Israel obtêm resultados notavelmente inferiores na escola, comparados aos originários da Europa, que já vieram bem mais educados. E nós com essa discussão? Na verdade, temos muito que aprender com ela. Não entremos aqui nas controvérsias. Basta constatar que tanto a disciplina rigorosa quanto a chantagem emocional produzem.
postado por L F Baraun às 14:45 0 comentários
quarta-feira, 23 de março de 2011
Atentado em Jerusalém
postado por L F Baraun às 14:38 0 comentários
darth vader toca "garota de ipanema"
postado por L F Baraun às 09:15 0 comentários
segunda-feira, 14 de março de 2011
as 8 maiores lendas dos videogames
se há uma característica marcante da raça humana, além da nossa habilidade natural de não se dar bem uns com os outros, é o dom da criatividade. duvido muito que um ser de outro mundo fosse capaz de escrever peças de teatro, compôr músicas que ficam presas nas nossas cabeças meses após termos ouvido-as pela primeira vez, ou descobrir como equilibrar um salário mínimo até o fim do mês. e a humanidade mostrou essa criatividade ao longo de sua breve existência nesse planeta. os nossos ancestrais primordiais combinaram pedras afiadas, cipós e paus e inventaram ferramentas que os permitiram pela primeira vez quebrar as cabeças de seus semelhantes. nos tempos mais modernos, o homem misturou pólvora e ferro e criou as armas de fogo, excelentes ferramentas para acabar com discussões. mais recentemente, o homem uniu computadores através de cabos e protocolos de comunicação e descobriu uma forma revolucionária de receber pornografia de graça em casa. não precisa ser um gênio pra perceber que a criatividade humana foi a ferramenta que nos permitiu ser algo além de macacos jogando cocô uns nos outros. criatividade é um privilégio de qualidade divina. e não há um grupo mais criativo neste universo do que os jogadores de videogame. por um motivo simples: basta entregar um jogo qualquer na mão de um moleque de 13 anos, em menos de uma hora ele jurará que existem ao menos 3 vezes mais fases do que realmente há no jogo. xeu explicar melhor. todas as pessoas que têm mais ou menos a minha faixa etária, ou seja, que cresceram e amaram os mesmos jogos eletrônicos que eu, devem conhecer estas fábulas a que me refiro. promessas de segredos escondidos, profecias sobre mundos nunca antes explorados, lendas de mistérios que esperavam por você. parece muito importante, a despeito do fato de que na verdade não era nem um pouco. estou falando aqui daquilo que aconteceu com todos aqui, em algum momento de suas vidas, se você possuiu um videogame: seu primo/amigo de sala/vizinho chegava pra você e contava algo sobre alguma área secreta em um jogo qualquer, e a partir daí você deixava de ser um mero jogador de videogame, mas se tornava um verdadeiro desbravador. todos aqui tiveram experiências do tipo, de ter ouvido sobre uma suposta fase secreta/item escondido/personagem oculto no seu jogo preferido. tais mistérios não eram como os de outrora, que eram confessados no leito de morte de um explorador moribundo, mas por um moleque cujo primo tem um amigo que pegou uma revista americana emprestada do vizinho, e que a tal revista explicava todos os passos de como atingir o eldorado eletrônico. e nós, claro, caíamos como patinhos. toda vez. e passávamos boa parte de nossas infâncias procurando os tais locais misteriosos. e é disso que esse post fala: das lendas mentirosas e dos sonhos destruídos quando descobríamos que não havia área secretíssima porra nenhuma. algumas vezes a verdade era mais cruel; o amigo do primo do irmão do menino da escola nem existia! desde a época em que eu não tinha videogame, eu já venerava super mario world. o jogo era (é) sensacional, algo sem precedente no mundo eletrônico, e acredite, quando você é apenas uma criança o jogo é muito difícil. então. um belo dia, eu e um vizinho discutíamos sobre quem havia aberto mais fases no jogo. falei, orgulhoso, que tinha quase todas as 96 fases destravadas no meu cartucho de mario. o garoto soltou, com um ar de desdém, que duvidava que eu tivesse aberto a “fase na nuvem”. perguntei, intrigado, “que fase é essa?”. ele tomou o controle da minha mão e levou meu mario pixelizado até o segundo mundo, você pode ver na imagem aí em cima. tá vendo essa nuvenzinha no meio do oceano? então. o cara jurava que tinha uma fase aí. é desnecessário dizer que eu passei boa parte da minha infância em donut plains, o segundo mundo de mario, tentando achar a passagem que me levaria pra fase na nuvem. eu particularmente fui completamente viciado em street fighter. eu devo ter jogado street fighter praticamente todos os dias desde que ganhara um cartucho japonês de uma tia (que à época possuia uma locadora de videogames). supostamente, havia uma combinação secreta que, se executada corretamente, no tempo certinho, permitia ao honda pular dentro da banheira no fundo do cenário, ou algo do tipo. vale lembrar nesse ponto que as lendas tinham muitas micro-variações, mas a idéia principal era sempre a mesma. certo dia, quando ouvi a história, passei horas jogando street fighter só pra ver se o negócio era verdade – a lenda tinha feito mais uma vítima. imagino que pelo menos uns cinquenta mil controles de snes foram destruídos por jogadores frustrados ao perceber que a banheira do honda era tão inacessível pro avantajado lutador de sumô como portas, corredores e outras passagens estreitas. não é pra menos; a lenda da triforce era mais notória que palaqueta, o bêbado que passa o dia inteiro lá no centro da cidade gritando contra semáforos e pedras. de longe a lenda mais bem trabalhada, a história da triforce envolvia até mesmo, pasmem, a suposta participação da própria nintendo! a lenda, ou ao menos a variação que ouvi, era a seguinte: um programador que trabalhou na equipe de de produção de ocarina of time fez, sozinho, um JOGO INTEIRO e escondeu o tal jogo, ou ao menos a passagem para ele, num artefato conhecido por gamers no mundo inteiro como triforce. o tal programador teria morrido (e o contador da lenda sempre enfatizava o drama do cara, dando-o pestilências como hemorróidas cancerígenas ou tuberculepra leucêmica, porque afinal de contas todos tínhamos 13-14 anos e nomes complicados davam credibilidade à história) e o segredo do jogo escondido foi levado junto pra cova. a nintendo ouviu o boato sobre o tal jogo secreto, e queria descobrir onde ele se escondia, para poder aproveitar e honrar o trabalho do programador, lançando o jogo no mercado. obviamente a nintendo não ia fazer algo inteligente, barato e rápido como, digamos, abrir o código fonte do jogo e localizar a anomalia. não, não. ao invés disso, a empresa resolveu pagar CINQUENTA MIL DÓLARES pra qualquer jogador que encontrasse a triforce, tirasse uma foto da tela da TV e mandasse pra eles. essa lenda afetou a vida de muita gente. amigos antes felizes e sorridentes viraram nada além de uma sombra do que eram antes, de tão obcecados estavam em encontrar a tal triforce e filar os cinquenta mil paus. tinha neguinho fazendo até planos pro dinheiro, e não tou inventando. era uma parada semi-deprimente (não totalmente deprimente porque, em retrospecto, os caras eram otários mesmo e mereciam sofrer pela ingenuidade). quando majora’s mask, a continuação de ocarina of time, foi lançado, a lenda morreu. os boateiros de plantão ainda lançaram mão de uma última tentativa de manter a saga viva, ou seja, deram uma espécie de patch na lorota: eis que de repente, “descobre-se” o sobrenome do tal programador morto era justamente MAJORA, e que o novo jogo era exatamente o mundo secreto atrás da triforce! como se pode ver, o engodo é realmente notável. a lenda da triforce foi a única mentira que conheço que passou até por update. o combo de 99 hits virou uma espécie de nirvana dos videogames, um estado de espírito que apenas os mais iluminados poderiam alcançar. até o grupo dos grandes mestres do mortal kombat (que era composto de malucos mais ou menos dois anos mais velhos que o resto da turma e que dominavam técnicas milenares dos jogos de luta como cobrir o controle com a camisa pra facilitar o desenvolvimento dos golpes) foi pego de surpresa com o boato. júnior a.k.a. “cabeça”, o líder não-oficial daquela patota de pré-adolescentes que controlava as partidas de mk com punhos de ferro e camisas de campanhas políticas, foi um dos primeiros a comprar a briga contra a lenda. o moleque passou MESES jogando mk3, e após muito tempo sem notícias sobre ter conseguido ou não o tal combo, foi obrigado a inventar as próprias mentiras. segundo ele, uma vez ele QUASE conseguiu soltar o tal combo, mas faltou energia na hora h. quando essa lorota se tornou velha, ele passou a alegar que tinha conseguido, e que tinha dado pause no jogo (usando um cheat code que permitia pausar partidas de mk3, o que realmente existe) mas aí a mãe dele não deixou ele sair de casa pra dar as boas novas pros amigos. como ele tava com medo de deixar o videogame ligado por muito tempo e assim derreter o aparelho, acabou desligando-o. eu tenho minhas suspeitas a respeito dessa lenda. imagino que alguém tenha visto killer instinct pela primeira vez e achado que se tratava de um outro jogo como, digamos, uma versão nova de mk (a confusão entre jogos era um fenômeno muito comum). havia um personagem em ki, o cinder, que quando era azul parecia ser feito inteiramente de gelo. alguém viu o jogo de luta, o personagem de gelo e aqueles combos brutais que eram o carro chefe de killer instinct, e pronto. Surgiu uma lenda que, se minha teoria está correta, foi mais um engano do que uma mentira proposital. essa era daquelas lendas sem conclusão bem definida, cada moleque que a repassava adicionava suas próprias fantasias a ela. rezava a fábula que seria possível pular por cima da bandeira que marcava o final de uma fase em super mario bros. o resultado da manobra? como expliquei, não havia um cânon definitivo — alguns diziam que você ganhava 99 vidas no ato. outros juravam que a peripécia dava ao mario poderes da florzinha mágica permanentemente (e talvez por isso esta imagem mostre o Mario vermelho e branco). houve também as histórias de que pular o mastro te levava a uma warp zone que podia selecionar qualquer fases individual do jogo. esta lenda não capturou minha atenção por muito tempo. eu havia jogando SMB por tempo o suficiente pra ter me tornado perfeitamente familiarizado com o fato de que era impossível pular por cima do mastro da bandeira. não que eu não tenha tentado — assim que você nota que a altura em que você toca a bandeira é diretamente proporcional ao número de pontos que você ganha, o salto lógico é “o que acontece se eu passar POR CIMA da bandeira? obviamente, é impossível. anos mais tarde eu acabo fazendo isso em new super mario bros pro ds (que é da minha sobrinha, vale ressaltar): trata-se de um bug. se não me falha a memória, passei rodopiando e pulando com o power up do casco azul, e por algum motivo isso não desencadeou a programação do jogo que ativa o sistema de colisão entre o mario e o mastro, terminando a fase. quando isso aconteceu, eu lembrei IMEDIATAMENTE da antiga lenda. saquei o celular, tirei essa foto, e o arquivo .jpg ficou perdido no meu HD por literalmente MESES. finalmente tenho um uso pra ela. a base secreta em goldeneye esta aqui foi uma das lendas que mais capturou minha atenção na época. eu vivia jogando goldeneye no modo multiplayer com os amigos e o nintendo 64 foi o videogame que eu mais gostei na história. aliás, vocês lembram da rivalidade entre fãs de goldeneye e fãs de turok? cada grupo alegando que o multiplayer de seu jogo favorito era melhor? haha, fazia anos que eu não parava pra pensar nisso. então. dizia esta lenda que havia uma base secreta no jogo que podia ser vista da fase da represa (era a primeira fase, até, né? no finalzinho daquela fase, você pode pegar um rifle sniper, apontar pro outro lado do lado e lá está a tal “base secreta”. segundo os moleques que juravam que viram o primo de um amigo de escola chegar lá, isso era possível através de um túnel. as descrições de como alcançar tal túnel eram completamente variadas. e de acordo com os mentirosos, haviam armas novas e uma miríade de inimigos pra metralhar lá do outro lado. o que acontece é que a base deveria ter sido uma parte do game, e a construção foi incluída na geometria do jogo, mas acabaram desistindo daquela parte. a direção de arte decidiu deixar a base lá, porque complementava o cenário, e a imaginação da molecada correu solta quando encontraram a parada. essa é muito clássica, e é o melhor exemplo do que pode acabar acontecendo com lendas de games quando desenvolvedores tem bom senso de humor. havia uma vaquinha em diablo, lembra? o primeiro diablo. quase todo item clicável no jogo era interativo de alguma forma… menos a vaquinha. se não me falha a memória, ela apenas mugia quando você clicava nela. e aí a imaginação da pivetada começou a trabalhar, como sempre faz nesses momentos em que objetos inexplicáveis aparecem nos jogos. se você clicasse na vaquinha, sei lá, oitocentas vezes, um portal pra uma fase secreta seria aberto. alguém no playground do condomínio comentou que leu na tal “internet” que bastava castear um town portal em cima da vaca e lá estaria a entrada pra fase secreta. você voltava pra casa correndo, ligava o pentium 133mhz, o windows 95 carregava duas horas depois, double click no diablo.exe e o peso da realidade caia sobre o seu peito. você foi enganado. o rumor se tornou tão popular que virou uma piada interna entre os jogadores mais experientes. “cê já chegou na fase da vaca?”, eles perguntavam aos jogadores novatos. estes tentavam, fracassavam, e passavam a aplicar a pegadinha nos recém chegados. a fama desta lenda chegou aos ouvidos da blizzard, que acabou colocando THEREISNOCOWLEVEL (“não existe fase da vaca”) como cheat code em starcraft. dizem que há referências à lenda em world of warcraft também, mas olha pra minha cara e veja se eu sou o tipo de pobre coitado que joga wow. Lute contra o Sheng Long! tá vendo essa matéria aí ao lado? esta brincadeira de primeiro de abril, publicada em 1992 pela revista electronic game monthly, deu origem a uma das mais famosas lendas dos videogames de todos os tempos. essa é A lenda dos videogames, meu amigo. é o seguinte. na tradução em inglês do arcade de street fighter II, quando você perdia pro ryu os seguintes dizeres apareciam na tela: "you must defeat sheng long to stand a chance." o que aconteceu foi uma tradução macarrônica. o nome do golpe clássico do ryu é “shōryūken”, uma derivação do termo “shō ryū” que significa “rising dragon”. em português, fica algo aproximado de “o dragão que se ergue”. em chinês, o golpe se chamava “shēng lóng”. o que aquela frase queria dizer é que “se você não consegue vencer o (golpe) ‘rising dragon’, você não tem chance de ganhar!” na tradução de japonês pra inglês, o termo chinês não foi traduzido. a capcom americana, ao receber o jogo com a frase naquele formato, simplesmente supôs que o termo era o nome de alguém e pôs as iniciais em letra maiúscula. a egm notou esta peculiaridade e inventou a história de que sheng long era um chefe secreto ao qual você só chegava através de uma situação completamente inalcançável no jogo. primeiro você tinha que vencer todas as lutas de perfect. ao chegar no chefão bison, você tinha que chegar ao final dos 99 segundos sem acertar um golpe sequer no bison, e sem levar um sequer. agora repita isso DEZ VEZES. na décima o sheng long aparecia, mandava o bison embora e a porradaria começava. tudo lorotíssima. o nome do autor da matéria era w. a. stokins (que pode ser lido como “waste tokens”, ou seja, “desperdice fichas”) e a história foi publicada no primeiro de abril, mas mesmo assim a lenda pegou. revistas internacionais repassaram a matéria, e o resto é história. … da forma que vejo, as lendas dos videogames não são muito diferentes das lendas sobre montros marinhos, quedas d’água no fim do mundo e muitas outras histórias similares que eram senso comum em séculos passados. assim como os primeiros navegadores, os jogadores de videogame estão diante de um mundo (ainda que virtual) praticamente inexplorado. superstição, ignorância e imaginação são os responsáveis para que os exploradores preencham as lacunas desconhecidas com invenções próprias. hoje, com o advento da informação (no caso, os sites especializados que podem rapidamente confirmar ou omitir tais segredos em jogos), as lendas deram lugar ao conhecimento (quase) pleno. não é muito diferente de como os povos antigos explicavam fenômenos até então desconhecidos, também. um arco íris é o símbolo da promessa de que d'us jamais inundará o planeta novamente, e uma vaca do lado de fora da cidade é um portal pra um outro mundo. a humanidade pode ter demorado pra descobrir que um navio não cairá num abismo sem fim ao se aproximar do “fim do mundo”, mas eu demorei mais ainda pra finalmente abrir mão do sonho de jogar numa fase nas nuvens...
postado por L F Baraun às 09:12 0 comentários